agora que os contornos do tempo
se desfizeram nas silhuetas da vida
questiono-me
sobre o destino
da inocência
lúgubre
sobre a candura que se esfumou
do teu olhar
à razão de uma sombra acrescentada
num retrato a carvão
vivo imóvel inacabado
apelo à hipótese de um esfuminho
nas mãos sábias de um alquimista da
luz
para devolver ao negro dos teus olhos
o brilho de princesa prometida
à primavera
a derramar sorrisos
na berma das falésias
Rosário Alves
2 comentários:
Num poema até a desilusão pode ser doce e bela. E tu sabes isso como ninguém.
Um enorme beijinho, Rosarinho
gostei muito do poema. de uma beleza depurada e vibrante.
como quem "derrama sorrisos na berma das falésias"
beijo
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