desperta-me um cansaço antigo
anterior ao parto das sombras por uma luz
ainda prenhe de noites
os passos que sinto mansos como algodão
são os da madrugada ainda umbilical
é hora de olhar em volta
de buscar na claridade insone
a consistência do andar
ergo-me
desequilibro-me
caio
aninho-me nas raízes descalças das árvores
onde o inverno sempre me acolhe
volto a sentir o calor secular
e.terno da terra
a luz permanece irrepreensível no interior
humedecido das pálpebras
um pouco mais, penso
é tão tarde que ainda é cedo
repouso as pestanas no rosto
com a luz apontada à alma
e adormeço os sentidos
...cinco
Rosário Alves
1 comentário:
:) Um poema que se cola à pele...
brisas doces*
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