25.3.11

a hora

sobreviventes da erosão do som
sobre as pedras angulosas
de uma outra margem

as palavras
formam diques que transbordam

os caminhos correm com a pressa das horas por passar
a desaguar num vulcão
que cospe ramos de alecrim

e as pedras da calçada são faróis de nevoeiro
entoando melodias de rosmaninho

nos meus ouvidos
a voz de outras vidas

chegou a luz
é a hora

Rosário Alves

Sem comentários: