bastava-me uma réstia de sol
na ombreira de uma porta habitada
um pouco de mar calmo e
compassivo
e um sopro respirável à luz
de um instante de sossego
não era mais deste sal a escorrer
da nascente onde a água se quer doce
e a corroer as pedras angulares
com que havia de reconstruir as margens
do sonho antes da ruína
do sonho antes da partida
se era para ficar
que houvesse um outro caminho
alto amplo e luminoso
por onde pudesse planar na contemplação
da vida a acontecer
mas se é para ser assim raso o caminho
tão raso
que se engrandeça o coração
para lá guardar as asas a esperança
e a paz
Rosário Ferreira Alves
[Maio 2015]
[Maio 2015]
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