houve uma noite
em que todas as manhãs eclodiram
a lua dançou as quatro fases
o mar subiu e desceu um peito arfante
de marés
as árvores despiram-se vestiram-se e
floriram
e a terra rodopiou pelo tempo
inexistente
e eu
não saí do meu lugar
recolhida encolhida numa concha
sem saída
reclinei-me na janela das ilusões
a ver passar os sonhos
como se fossem rebanhos em transumância
e
se agora digo que houve uma noite
é para não ter de contar
as noites todas
até aqui
Rosário Ferreira Alves
4 comentários:
belo e esperançoso poema - para além da noite...
beijo
há um renascer nas palavras ditas. :)
Muito bonito. beijinho.
Amanhã será um novo dia
amiga minha, saudades de te ler...
saudades de te dar um abraço.
beijos meus
Mel
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