costurados ao silêncio
dos dias que são noites sem dormir
os olhos da alma
partem em linha recta
partem em linha recta
na direcção da luz tremente
que reside no fundo do poço
um reflexo
há-de ser um reflexo
de uma luz gigante que virá cobrir
todas as existências prováveis
ou improváveis
ou improváveis
se o silêncio se cumprir
se a alma se bordar de ausências com as linhas desmanchadas do ego
se os sentidos se aninharem em círculo à volta da íris desperta
pode ser que
talvez
algum dia
seja possível
olhar a luz de frente
para sempre
sem cegar
Rosário Alves
6 comentários:
Rosarinho,
só o silêncio torna mais audível o que nos vai em alma - a poesia encontra ai caminhos que nos permitem olhar de frente o dia na claridade que nos fascina.
Ler-te é crescer. Beijo amiga
Mel
Concordo com a "minha" Mel... ler-te é crescer, "minha" Rosarinho!
Beijo terno!
Se...
http://www.youtube.com/watch?v=cdPb4b-J1oM
A energia do abismo e da vertigem ...!
E sempre essa luz que te cega e te consome sem limite...
Antonius
Continuo a acreditar que é sempre possível o silêncio dentro da luminosidade de um poema e que é nesta luz fecunda que germina o grito que transforma a vida.
Um beijinho Rosário
Rosarinho, releio-te, e percebo que reler-te é cumprir uma espécie de silêncio.
Sempre tão luminosa, a tua poesia.
Obrigada e beijinho grande!
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